“Eu lhes garanto que esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam.”
(Mateus 24:34)
A Organização das Testemunhas de Jeová já promoveu 6 explicações diferentes e contraditórias para “esta geração” que não passaria. Muitas Testemunhas de Jeová fizeram escolhas de vida cruciais baseadas no entendimento de que o Armagedom chegaria antes da morte dos nasceram antes de 1914. Será que uma organização que comete erros tão críticos pode afirmar que eles são os únicos orientados diretamente por Deus?
Na reunião anual de 2010, John Barr apresentou o mais recente entendimento dessa geração. Aos 97 anos de idade, John Barr foi cuidadosamente escolhido para proferir tal discurso, visto que ele era o último membro do Corpo Governante nascido antes de 1914. Ele explicou que, agora, entende-se que a geração inclui 2 grupos cujas vidas coincidem por um tempo desde 1914:
*** w10 15/6 p. 5 Unidos no amor — relatório da reunião anual ***
O irmão Barr … leu duas vezes o seguinte comentário: “Jesus evidentemente queria dizer que a vida dos ungidos que estavam presentes quando o sinal começou a tornar-se evidente, em 1914, coincidiria em parte com a vida de outros ungidos que veriam o início da grande tribulação.” Não sabemos a extensão exata de “esta geração”, mas ela inclui esses dois grupos cujas vidas coincidem em parte. Embora os ungidos variem em idade, os dois grupos que constituem a geração são contemporâneos durante parte dos últimos dias. Como é consolador saber que os ungidos mais jovens contemporâneos dos ungidos mais velhos que discerniram o sinal quando este se tornou evidente a partir de 1914 não se extinguirão antes de começar a grande tribulação!
Não há motivo bíblico para acreditar que uma geração refira-se a 2 grupos cujas vidas coincidem por um tempo. A única razão para promover esse ensino é a necessidade de afirmar que o ensino sobre 1914 ainda é relevante. Conseguem dar alguma prova bíblica para essa explicação? O resumo a seguir da história contraditória dos entendimentos sobre essa geração mostrará, sem dúvida alguma, que esses ensinos nem foram orientados por espírito santo nem tem base bíblica.
Entendimentos da Geração | ||||
Ano | Data de Início | Data do Fim (sugerido ou potencial) |
Duração | A quem se aplica |
Até 1914 | 1878 | 1914 | 36,5 anos até o fim de 1914 | Mundanos |
1914 a 1927 | Sem doutrina formal | |||
1927 a 1951 | 33 EC | 1950 | 1900 anos ou mais | Ungidos |
1951 a 1995 | 1914 | 2000 | 1 período de vida | Mundanos |
1995 a 2008 | 1914 | 2100 | Tempo indeterminado | Mundanos |
2008 a 2010 | 33 EC | 2100 | 2000 anos ou mais | Ungidos |
2011 a ? | 1914 | 2100 | 2 períodos de vida | Ungidos |
O entendimento das Testemunhas de Jeová sobre “esta geração” mudou constantemente ao longo da história da organização, tanto quanto a quem se aplicava como à duração da mesma. É um exemplo clássico da abordagem de interpretação por Eisegese (forçando um significado que não existe). Com 4 entendimentos contraditórios e, às vezes, regressivos, entre 1995 e 2010, esse tópico desmente a desculpa de que a luz é progressiva e está ficando mais clara.
Um dos segredos do sucesso das Testemunhas de Jeová é sua promessa de que este sistema chegará ao fim a qualquer momento. Quanto menor for o tempo restante, mais as Testemunhas de Jeová crescem. Geralmente, em datas muito próximas aos anos importantes já profetizados pelas Testemunhas de Jeová, o número de seguidores chegava a crescer 20%. Quando as Testemunhas não têm nenhuma data marcada, o conceito de que “esta geração de modo algum passará” é usado para estimular urgência. Olhando para trás, é incrível o número de mudanças ao entendimento da “geração”, com o intuito de fazer cada década dos anos 19xx parecer ser a década em que o Armagedom chegaria.
A doutrina de que Jesus começou seu reino celestial em 1914 é fundamental para a teologia das Testemunhas de Jeová; é a fundação de muitos outros ensinos. Invisível e, portanto, impossível de provar, as Testemunhas de Jeová esperavam ver a prova desses fatos com a chegada do Armagedom, e baseavam essa esperança no ensino da geração, de que pessoas nascidas antes de 1914 jamais morreriam.
*** su cap. 24 p. 184 par. 5 ***
5 A contagem regressiva que já prossegue por uns seis milênios aproxima-se agora da hora zero. Esta está tão próxima, que pessoas que viviam em 1914, e que já estão bem avançadas em anos, não desaparecerão do cenário antes de ocorrerem os eventos emocionantes que assinalam a vindicação da soberania de Jeová.*** su cap. 24 p. 185 par. 6 A contagem regressiva está chegando à hora zero! ***
Os primitivos membros deste grupo já têm agora 60, 70 ou mais anos. Jeová não permitiu que começasse demasiado cedo o ajuntamento deste grupo. Os da “grande multidão”, inclusive muitos dos primeiros membros dela, sobreviverão para a “nova terra”.
*** tp cap. 7 p. 70 par. 4 ***
4 As informações proféticas sobre os nossos dias, na Bíblia, detalham o seguinte: … (4) A sobrevivência de pelo menos alguns da geração que viu o começo da “terminação do sistema de coisas”.
*** rs p. 385 par. 2 ***
Alguns dos que viram os acontecimentos de 1914 verão também a destruição total do atual mundo iníquo; que os que amam a justiça sobreviverão numa terra purificada.
Quando esse entendimento mudou, em 1995, com um artigo explicando que uma geração poderia se estender por vários períodos de vida humanos, muitas Testemunhas de Jeová sentiram que o Corpo Governante havia perdido a fé, não mais confiantes de que o Armagedom estava assim tão próximo. Desde 1995, a taxa de crescimento das Testemunhas de Jeová caiu dramaticamente. Em 2010, o entendimento foi alterado de novo, agora dizendo que a geração se estendia por 2 grupos cujas vidas coincidiam por algum tempo. Será interessante observar se esse novo entendimento conseguirá conter a diminuição nas taxas de crescimento da religião.
A Quem se Aplica a Geração?
As Testemunhas de Jeová oscilaram entre o entendimento positivo de que a geração referia-se aos ungidos, ou o entendimento negativo de que ela se referia aos mundanos. Também oscilava entre as ideias de tratar-se de um período indeterminado de tempo ou de tratar-se de um período fixo. Em resumo, as mudanças serão mostradas a seguir.
1897 - Um grupo de pessoas na mesma época
*** Estudos das Escrituras, Volume 4, p.602-603, (em inglês, tradução minha) ***
“Outros usos dessa palavra Grega (genea) provam que ela não é usada para significar raça, mas para referir-se a pessoas vivendo numa mesma época…. Em outras palavras, os sinais mencionados ocorrerão dentro de uma geração – época no final da era.
1927 - Os Ungidos
*** A Sentinela, 15 de Fevereiro de 1927, p.62 (em inglês, tradução minha) ***
A conclusão irresistível, portanto, é que Jesus referiu-se à nova criação [os ungidos] quando disse: “Esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam”. Isso, portanto, seria uma grande indicação de que alguns membros da nova criação estarão na terra na época do Armagedom.
1951 - Um período fixo de tempo desde 1914 aplicado a pessoas descrentes
*** A Sentinela, 1 de Julho de 1951, p. 404 (em inglês, tradução minha) ***
O verdadeiro significado dessas palavras é, sem dúvida, aquilo que define uma geração em seu sentido ordinário, como em Marcos 8:12 e Atos 13:36, ou para aqueles que estão vivendo num dado período. Portanto, era sobre essa geração que os julgamentos acumulados recairiam. (Mat. 23:36) Isso significa, portanto, que, a partir de 1914, uma geração não passará até que tudo se cumpra, e num grande período de turbulência.
1995 - Um grupo de pessoas mundanas vivendo na mesma época
*** w95 1/11 p. 14 par. 18 ***
Jesus, certamente, não se afastava do seu costumeiro uso do termo “esta geração”, que ele aplicava coerentemente às massas contemporâneas e seus “guias cegos”, que juntos constituíam a nação judaica. …*** w95 1/11 p. 17 par. 6 ***
Jesus, refere-se principalmente a pessoas contemporâneas dum certo período histórico, com as características identificadoras delas.
2008 - Os Ungidos
*** w08 15/2 p. 24 par. 15 O que a presença de Cristo significa para você? ***
Como grupo, esses ungidos compõem a atual “geração” de contemporâneos que não passará “até que todas estas coisas ocorram”. Isso indica que alguns dos irmãos ungidos de Cristo ainda estarão vivos na Terra quando a predita grande tribulação começar.
2010 - Um período fixo, desde 1914, aplicado aos ungidos
*** w10 15/4 p. 10 par. 14 O papel do espírito santo no cumprimento do propósito de Jeová ***
Ele evidentemente queria dizer que a vida dos ungidos que estavam presentes quando o sinal começou a tornar-se evidente, em 1914, coincidiria em parte com a vida de outros ungidos que veriam o início da grande tribulação.
A seguir, cada uma dessas explicações será apresentada em mais detalhes.
Originalmente – Período Fixo, aplicado aos descrentes – terminando em 1914
Russell aplicava a geração para a humanidade em geral – “pessoas vivendo numa mesma época”. (Estudos das Escrituras, Volume 4, p.602) Ele fez duas apostas: primeiro ele explicou que o ano de início da geração devia ser 1780 e se estenderia por 100 anos até 1880, com todos os sinais se cumprindo. Depois ele passou a dizer que esse período refere-se a 36 anos e meio contados de 1878 até 1914.
*** Estudos das Escrituras – O Dia da Vingança (1897) p.604/5 (em inglês, tradução minha) ***
Uma “geração” pode ser reconhecida como equivalente a um século (praticamente o limite atual) ou cento e vinte anos, que foi o tempo de vida de Moisés e o limite nas Escrituras. (Gën. 6:3) Reconhecendo cem anos a partir de 1780, que foi a data do primeiro sinal, o limite alcançaria 1880. Ou entanão, vito que o Mestre disse: “Quando virdes estas coisas”, e desde o “sinal do Filho do Homem nos céus”, e desde que a figueira brotou, e o ajuntamento dos “eleitos” é contado como parte dos sinais, não seria inconsistente reconhecer que a “geração vai de 1878 a 1914 – 36 anos e meio – que é cerca de uma vida humana hoje.
O mundo não acabou como previsto em 1914. Portanto, o conceito de Russel sobre a geração mostrou-se falso. Por mais de 1 década, as publicações das Testemunhas de Jeová permaneceram em silêncio sobre a quem se aplicava a geração.
Nova Luz de 1927 – Os ungidos durante os últimos 1900 anos
Em 1927, Rutherford alterou a aplicação da geração, deixando de aplicar-se à humanidade em geral e passando a aplicar-se aos Ungidos. Em vez de ser um curto período de tempo, abrangeu todo o período desde o tempo de Jesus até o Armagedom, totalizando uns 1900 anos.
*** A Sentinela, 15 de Fevereiro de 1927, p.62 (em inglês, tradução minha) ***
A conclusão irresistível, portanto, é que Jesus referiu-se à nova criação [os ungidos] quando disse: “Esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam”. Isso, portanto, seria uma grande indicação de que alguns membros da nova criação estarão na terra na época do Armagedom.
Nova Luz de 1951 – Período fixo, aplicado a descrentes, durante uma vida humana desde 1914
Em 1951, durante o tempo de Nathan Knorr, voltaram a aplicar a geração aos descrentes que receberiam julgamento, em vez de aos ungidos. O início da geração passou a ser 1914.
*** A Sentinela, 1 de Julho de 1951, p.404 (em inglês, tradução minha) ***
Ele mostra o início desse tempo e como os problemas aumentam, e menciona alguns dos suspiros que recairiam sobre o mundo, durante o tempo de tribulação. A duração de tal tempo é indicada por ele ao dizer: “Eu lhes garanto que esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam.” (Mat 24:34) O verdadeiro significado dessas palavras é, sem dúvida, aquilo que define uma geração em seu sentido ordinário, como em Marcos 8:12 e Atos 13:36, ou para aqueles que estão vivendo num dado período. Portanto, era sobre essa geração que os julgamentos acumulados recairiam. (Mat. 23:36) Isso significa, portanto, que, a partir de 1914, uma geração não passará até que tudo se cumpra, e num grande período de turbulência.
O aspecto mais importante dessa mudança foi que o Armagedom deveria vir durante a vida das pessoas que estavam vivas em 1914. De 1951 a 1995, o número de anos que compõem uma geração mudou inúmeras vezes, num esforço de fazer o fim parecer iminente sempre que se escrevia algo sobre ele. Uma coisa permaneceu inalterada: algumas pessoas que nasceram antes de 1914 iriam passar com vida pelo Armagedom, sem nunca morrer.
Aplicado para terminar por volta de 1951: geração de 37 anos
Para fazer parecer que o armagedom estava prestes a ocorrer em 1951, disseram que uma geração durava 36 anos e meio (ou 37 anos). Começando em 1914, esses 37 anos terminariam em 1951, que era a data em que o novo entendimento sobre a geração estava sendo publicado:
*** A Sentinela, 1 de Setembro de 1950, p.277 (em inglês, tradução minha) ***
Por manter as pessoas ignorantes, induziram o povo a matar Jesus numa estaca de tortura no Calvário. Uns 37 anos depois, essa ignorância promovida propositalmente levou a consequências fatais: a destruição da cidade de Jerusalém com uma perda enorme de vidas humanas, assim como Jesus havia predito, e o aniquilamento da nação Judaica até nossos dias. E agora, nesse “tempo do fim”, a nação de Israel revivida, com capital na moderna cidade de Jerusalém, escolhe seguir os mesmos passos de seus antepassados.*** A Sentinela, 1 de Março de 1951, p.179 (em inglês, tradução minha) ***
Contando desde o fim dos “tempos designados das nações”, em 1914, estamos há 37 anos no “tempo do fim” deste mundo (Lucas 21:24; Dan. 12:4) Durante esses anos cruciais, as Testemunhas de Jeová procuraram abrigo e força nele, e elas podem confessar para si mesmas que ele é uma “rápida ajuda na aflição”. Se não fosse por isso, não estariam aqui hoje, nem crescendo em número. Mas estamos entrando nos anos mais difíceis e sérios deste “tempo do fim”. O conflito final do Armagedom se aproxima.
Aplicado para terminar na década de 1960 – Geração de 70 anos
Depois que 1951 chegou ao fim sem acontecer nada, a geração foi estendida para durar aproximadamente 70 ou 80 anos:
*** A Sentinela, 1 de Setembro de 1952, p.542-543 (em inglês, tradução minha) ***
A Bíblia fala dos dias de um homem como sendo 70 ou 80 anos; mas não especifica número algum para o número de anos de uma geração. (Sal. 90:10) Algumas pessoas que viviam em 1914, quando começou a série de eventos previstos, também estarão vivas quando essa série terminar com o Armagedom. Todos os eventos virão dentro do tempo de uma geração. Há centenas de milhões de pessoas vivas agora, que estavam vivas em 1914, e muitos milhões dessas pessoas poderiam ainda viver muitos anos mais. Mas não podemos dizer quando, exatamente, as vidas da maioria deles será encerrada.
Aplicado para coincidir com 1975
Em 1968, disseram que alguém jovem com cerca de 15 anos poderia “discernir” o início do tempo do fim. Adicione 70 ou 80 anos a uma pessoa nascida em 1899 e a geração terminaria por volta de 1975.
*** A Sentinela, 1 de Maio de 1968, p.272 (em inglês, tradução minha) ***
Alguns da geração que discerniram o início do tempo do fim em 1914 ainda estarão vivos na terra para testemunhar o fim deste sistema iníquo de coisas atual na batalha do Armagedom. – Rev. 16:14, 16.*** Despertai!, 8 de Outubro de 1968, p. 13 (em inglês, tradução minha) ***
Jesus estava obviamente falando sobre os que eram velhos o bastante para testemunhas com entendimento o que aconteceu quando os ‘últimos dias’ começaram. … Mesmo que presumíssemos que jovens de 15 anos de idade teriam percepção o bastante para entender a importância do que ocorreu em 1914, o mais jovem dessa geração já teria quase 70 anos de idade hoje.
A Despertai! de 8 de Outubro de 1968 ainda fez as seguintes afirmativas:
*** Despertai! de 8 de Outubro de 1968, p. 13 (em inglês, tradução minha) ***
O fato de que 54 anos do período chamado “últimos dias” já passaram e muito significativo. Significa que somente mais uns poucos anos, no máximo, restam antes do sistema de coisas corrupto dominando a terra ser destruído por Deus. Como podemos ter tanta certeza disso? Um modo é por notar o que Jesus disse quando deu sua grande profecia sobre os “últimos dias”. Depois de listar muitos eventos que marcariam esse período, ele também disse: “Eu lhes garanto que esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam.” (Mat. 24:34) Jesus estava obviamente falando dos que eram velhos o bastante para testemunhas com entendimento o que ocorreu quando os “últimos dias” começaram. Jesus estava dizendo que alguns dos que estavam vivos ao aparecer os ‘sinais dos últimos dias’ ainda estariam vivos quando Deus trouxesse este sistema ao seu fim.
Aplicado para a década de 1980
As Testemunhas de Jeová reduziram a idade que um jovenzinho conseguiria observar os sinais com entendimento para 10 anos de idade, excluindo os bebês. Assim, elas convenceram os leitores de que, na década de 80, os membros da “geração” estariam com cerca de 70 ou 80 anos de idade (Salmos 80:10)
*** w79 15/1 p. 32 ***
Assim, tratando-se da aplicação ao nosso tempo, a “geração”, logicamente, não se aplicaria aos bebês nascidos durante a Primeira Guerra Mundial. Aplica-se aos seguidores de Cristo e a outros que puderam observar aquela guerra e as outras coisas ocorridas em cumprimento do “sinal” composto indicado por Jesus.
*** w81 15/4 p. 31 ***
Conforme indicado por um artigo na página 56 do periódico U.S. News & World Report, de 14 de janeiro de 1980: “Se presumirmos que é à idade de 10 anos que um acontecimento causa uma impressão duradoura na memória da pessoa”, então há atualmente mais de 13 milhões de estadunidenses que têm uma “lembrança da Primeira Guerra Mundial”. E se o sistema iníquo deste mundo sobrevivesse até a virada do século, o que é altamente improvável, em vista das tendências mundiais e do cumprimento da profecia bíblica, ainda haveria sobreviventes da geração da Primeira Guerra Mundial. Todavia, que seu número está diminuindo é mais um indício de que a “terminação do sistema de coisas” avança rapidamente para o fim.
*** kc cap. 14 p. 140 par. 33 ***
33 Nos dias de Jesus, alguns dos discípulos, que ouviram suas palavras, bem como outros de seus contemporâneos, sobreviveram à “tribulação” final do sistema judaico de coisas. Eles eram a “geração” do tempo de Jesus. Na ocasião em que se escreve isto, só nos Estados Unidos há mais de 10.000.000 de pessoas ainda vivas que tinham idade bastante para observar o “princípio das dores de aflição”, em 1914-1918. Alguns destes ainda poderão sobreviver por muitos anos. No entanto, Jesus assegura-nos que, antes de “esta geração” desaparecer, ele virá como “Filho do homem” para executar o julgamento no sistema de coisas de Satanás.
Deram informações detalhadas para provar que a era dos nascidos antes de 1914 estava acabando rapidamente:
*** su cap. 3 p. 28 par. 15 Até quando durará o atual sistema? ***
Segundo as estatísticas disponíveis, viviam em 1980 ainda aproximadamente 250.000.000 de pessoas que estavam vivas em 1914. Esta geração ainda não desapareceu. É de interesse notar, porém, que entre os nascidos em 1900, ou antes, os algarismos publicados pelas Nações Unidas indicam que se calcula que apenas uns 35.316.000 ainda viviam em 1980. De modo que diminui rapidamente o número ao passo que as pessoas atingem seus setenta e oitenta anos. Esses fatos, quando considerados junto com todos os pormenores do sinal profético de Jesus, indicam fortemente que o fim está próximo.
Visto que 1984 já estava 70 anos depois de 1914, a organização das Testemunhas de Jeová publicou uma série de revistas destacando a importância de 1914, incluindo a revista de 15 de Novembro de 1984, com o tema:
*** w84 15/11 p. 4 ***
1914 — a geração que não passará
A partir de 1984, os membros daquela geração não precisavam mais ter visto os sinais em 1914 com discernimento. Agora, os bebês começaram a ser incluídos na geração, o que significa que os membros mais jovens da geração, em 1984, estavam agora com 70 anos de novo:
*** w84 15/11 p. 5 ***
Se Jesus usou a palavra “geração” nesse sentido e se a aplicarmos a 1914, então os bebês daquela geração têm agora 70 anos ou mais. E outros que estavam vivos em 1914 estão com seus 80 ou 90 anos, sendo que uns poucos já atingiram a idade de cem anos. Ainda há muitos milhões dessa geração vivos.
Em 1988, usaram um especialista para provar que uma geração dura 75 anos. Os bebês nascidos em 1914 teriam 75 anos em 1989, fazendo o leitor acreditar que o fim viria a qualquer momento:
*** g88 8/4 p. 14 Os últimos dias — o que virá em seguida? ***
J. A. Bengel declara o seguinte em sua obra New Testament Word Studies (Estudos de Palavras do Novo Testamento): “Os hebreus. . . contam setenta e cinco anos como uma geração, e as palavras, não passarão, indicam que realmente a maior parte daquela geração [dos dias de Jesus], mas não toda ela, devia ter passado antes que tudo se cumprisse.” Isto se mostrou veraz por volta do ano 70 EC, quando Jerusalém foi destruída. Do mesmo modo hoje, a maior parte da geração de 1914 já desapareceu. Todavia, há ainda milhões de pessoas na terra que nasceram naquele ano ou antes disso. E, embora o número delas esteja diminuindo, as palavras de Jesus se cumprirão, “esta geração não passará sem que tudo isto aconteça”. Esse é mais um motivo para se crer que o dia de Jeová, que virá como um ladrão, está iminente.
Aplicado para o início do novo milênio – pelo tempo de uma vida dos bebês de 1914
Com o tempo, pararam de dar limite de idade para a geração. A única ressalva que faziam era que as pessoas nascidas em 1914 ainda estariam vivas no Armagedom:
*** w91 15/4 p. 7 ***
Lembre-se do que Jesus disse sobre os que viveriam durante os últimos dias, a partir de 1914: “Deveras, eu vos digo que esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” (Mateus 24:34) Sim, a paz realmente virá nesta geração, mas não por meio dos esforços das nações.
Nova Luz de 1995 – Geração de descrentes, por tempo indeterminado
Em 1993, parecia que o fim não viria antes de toda aquela geração de 1914 morrer. Parecia que a organização não estava sendo orientada por Deus,e valiam bilhões de dólares. Será que eles seriam sinceros com seus seguidores caso aquela “verdade” se mostrasse falsa? Não, isso jamais aconteceria. Eles precisavam reajustar o entendimento. Talvez a presença invisível de Jesus pudesse ser alterada para o fim dos 6 mil anos da humanidade, em 1975. Ou talvez, o significado da geração pudesse ser alterado. Essas eram apenas ideias vagas em 1993, porque nenhuma mudança seria realmente necessária por mais uma década, pelo menos. Visto que o ano 607 AEC é incorreto, a organização poderia usar o ano aceito de 587 AEC, e começar a geração em 1934, em vez de 1914. Talvez a geração pudesse significar que se houvesse uma única pessoa viva com 120 anos, não teria passado ainda. O problema com todas essas ideias é que, mais cedo ou mais tarde, o tempo passaria e elas novamente se mostrariam erradas.
Nem precisamos mencionar que, apesar de todas as Testemunhas de Jeová estarem esperando o fim, elas ficaram profundamente afetadas quando o ensinamento da geração foi alterado novamente em 1995. O Escravo Fiel e Discreto obviamente viu que era necessário alterar o entendimento para evitar um abandono em massa de seus membros caso o fim não chegasse no início dos anos 2000.
O novo ensino, de 1995, era simples de entender, mas foi apresentado em termos pouco específicos, para não gerar controvérsias. Resumidamente, o fim chegaria depois que todos os nascidos em 1914 tivessem morrido. Os nascidos em 1914 formariam uma geração coletiva com os nascidos nas gerações seguintes. Algum dia no futuro, essa geração contínua veria o fim. Poderia ser amanhã, mas também poderia ser 200 anos à frente. Obviamente, esse novo entendimento foi introduzido para proteger a organização contra suas próprias explicações dadas nos 100 anos anteriores:
*** w95 1/11 pp. 17-18 pars. 6, 7, 12, 15 ***
O povo de Jeová, ansioso de ver o fim deste sistema iníquo, às vezes tem especulado sobre quando irromperia a “grande tribulação”, até mesmo relacionando isso com cálculos sobre a duração da vida duma geração desde 1914. No entanto, ‘introduzimos um coração de sabedoria’, não por especular sobre quantos anos ou dias constituem uma geração, mas por refletir em como ‘contamos os nossos dias’ em dar alegre louvor a Jeová. (Salmo 90:12) Em vez de estabelecer uma regra para a medição do tempo, o termo “geração”, conforme usado por Jesus, refere-se principalmente a pessoas contemporâneas dum certo período histórico, com as características identificadoras delas. 7 Em harmonia com isso, o professor de História Robert Wohl escreveu no seu livro The Generation of 1914 (A Geração de 1914): “A geração histórica não é definida pelos seus limites cronológicos . . . Não é delimitada por datas.” … 12 Portanto, hoje, no cumprimento final da profecia de Jesus, “esta geração” parece referir-se aos povos da terra que vêem o sinal da presença de Cristo, mas que não se corrigem. … 15 Será que nosso ponto de vista mais preciso sobre “esta geração” significa que o Armagedom está ainda mais longe do que pensávamos? De forma alguma! Embora nunca soubéssemos ‘o dia e a hora’, Jeová Deus sempre os soube, e ele não muda. (Malaquias 3:6) É óbvio que o mundo está afundando cada vez mais para acabar em ruína. A necessidade de nos mantermos despertos é agora mais crítica do que nunca. Jeová nos revelou “as coisas que têm de ocorrer em breve”, e nós devemos corresponder a isso com um pleno senso de urgência.
Em vez de admitir que a Organização de Jeová, ou o Corpo Governante, promoveram um ensino errado, a nova luz de 1995 diz, na citação acima, que “o povo de Jeová” tirou conclusões erradas. Isso faz o leitor ter a impressão de que os seguidores entenderam errado, ou especularam, tirando a culpa dos líderes que promoveram esse ensino. Além disso, o termo ‘especularam’ é um eufemismo, porque um termo mais forte e mais apropriado seria ‘enfatizaram fortemente’ que ‘milhões que agora vivem jamais morrerão’. Um terceiro ponto a observar no artigo acima é que eles afirmaram ter, em 1995, um ‘ponto de vista mais preciso’. Mas era justamente o oposto! Antes, eles haviam dito especificamente que as pessoas nascidas antes de 1914 jamais morreriam, e agora estavam fazendo afirmações vagas de que essa geração poderia durar até mesmo centenas de anos.
Até mesmo a mensagem de objetivo da revista Despertai!, na página 4 de todas as edições, mudou com esse novo entendimento. Até 1995, ela dizia:
*** g94 8/11 p. 10 O verdadeiro significado de 1914 ***
“Esta revista gera confiança na promessa do Criador de estabelecer um novo mundo pacífico e seguro, antes que passe a geração que viu os acontecimentos de 1914.”
Essa mensagem na página 4 de todas as edições mudou em Novembro de 1995 para:
*** g99 8/8 p. 32 Uma revista que tem objetivo ***
“Importantíssimo é que esta revista gera confiança na promessa do Criador de estabelecer um novo mundo pacífico e seguro, prestes a substituir o atual mundo perverso e anárquico.”
Um esclarecimento adicional desse entendimento foi publicado em 1997:
*** w97 1/6 p. 28 Perguntas dos Leitores ***
Nesta declaração, Pedro claramente não estava especificando alguma faixa etária ou lapso de tempo fixos, nem relacionava “geração” com certa data. Ele não disse que pessoas deveriam se salvar da geração que nasceu no mesmo ano de Jesus, nem da geração que nasceu em 29 EC. Pedro estava falando dos judeus descrentes daquele período — alguns talvez sendo bastante jovens, e outros mais velhos — que ouviram o ensino de Jesus, viram ou ouviram falar dos seus milagres, e não o aceitaram como o Messias. … Deve-se reconhecer que nem sempre entendemos as palavras de Jesus nesse sentido. Humanos imperfeitos têm a tendência de querer ser específicos referente à data em que virá o fim. Lembre-se de que até mesmo os apóstolos queriam saber mais informação específica ao perguntar: “Senhor, é neste tempo que restabeleces o reino a Israel?” … Portanto, a informação recente publicada em A Sentinela sobre “esta geração” não mudou nosso entendimento sobre o que aconteceu em 1914. Mas deu-nos uma compreensão mais clara do uso que Jesus fez do termo “geração”, ajudando-nos a entender que este uso não serve de base para calcular — contando a partir de 1914 — quão perto estamos do fim.
A mudança de 1995 foi significativa, visto que o entendimento sobre a geração passou a permitir que “esta geração” se estendesse por um período indeterminado de tempo. A geração ainda era aplicada aos descrentes, mas os limites de tempo foram removidos, de forma que a geração pudesse incluir as pessoas vivas em 1914 e todos os nascidos depois de 1914 até que o fim viesse. Basicamente, o fim poderia demorar indefinidamente. Essa nova luz foi “um mal necessário”, mas tirar o limite de tempo fez diminuir a urgência, e isso afetou o crescimento da organização.
Essa nova ideia era sem sentido, visto que tirava todo o significado de Mateus 24:34. Se a “geração” se referia a pessoas de um período de tempo contínuo, não fazia sentido dizer “esta geração de modo algum passará”.
Essa mudança foi fundamental para muitas Testemunhas de Jeová. Muitos questionaram a habilidade e o direito da organização de guiar sua doutrina. Muitos concluíram que a organização não é orientada por Deus. Durante muitos anos antes de 1995, a taxa de crescimento global dos publicadores era de 6% ao ano. Nos anos após 1995, caiu para 2% ao ano. A taxa de crescimento em países desenvolvidos foi ainda mais afetada. Em 1991, 24 países tinham crescimento Zero ou Negativo. Em 2005, esse número aumentou para 50 países. Enquanto que 1500 horas de testemunho resultavam em um publicador extra há 30 anos atrás, no ano 2000, passou a precisar de 5000 horas para cada novo publicador. (Veja Estatísticas sobre as Testemunhas de Jeová)
Nova Luz de 2008 – Geração de Ungidos em 2000 anos
Por mais de 70 anos, as Testemunhas de Jeová afirmaram que todos os 144 mil ungidos foram escolhidos antes de 1935, data em que a chamada foi encerrada:
*** w95 15/2 p. 19 par. 6 “Não temas, pequeno rebanho” ***
É lógico que a chamada do pequeno rebanho chegaria ao fim quando o número estivesse quase completo, e a evidência indica que o ajuntamento geral desses especialmente abençoados terminou em 1935.
*** w07 1/5 pp. 30-31 Perguntas dos Leitores ***
Assim, especialmente depois de 1966, acreditava-se que a chamada celestial havia terminado em 1935. Isso pareceu confirmar-se pelo fato de que quase todos os que foram batizados depois de 1935 professavam ter esperança terrestre. Achava-se que toda chamada celestial depois desse ano seria para substituir algum cristão ungido que se tornara infiel.
Em 2007, o entendimento sobre 1935 foi alterado com esta simples afirmação:
*** w07 1/5 p. 31 Perguntas dos Leitores ***
Sendo assim, parece que não podemos especificar uma data para o fim da chamada de cristãos para a esperança celestial.
Por mais sutil que possa parecer, essa alteração é muito importante, visto que ela abre caminho para mais uma “nova luz” sobre a geração na Sentinela de 2008:
*** w08 15/2 p. 23 pars. 10, 11, 15 ***
10 No passado, esta revista explicou que, no primeiro século, “esta geração” mencionada em Mateus 24:34 se referia à “geração contemporânea de judeus descrentes”. Aquela explicação parecia razoável porque, na Bíblia, todos os outros usos que Jesus fez do termo “geração” tinham uma conotação negativa e, na maioria dos casos, ele usou um adjetivo negativo, como “iníqua”, para descrever a geração. (Mat. 12:39; 17:17; Mar. 8:38) Assim, acreditava-se que no cumprimento atual, Jesus se referia à “geração” iníqua de descrentes que veria tanto as características da “terminação do sistema de coisas” (syntéleia) como o fim do sistema (télos).
11 É verdade que quando Jesus usou a palavra “geração” de forma negativa, ele estava falando com ou sobre as pessoas más de seus dias. Mas será que esse também foi o caso de sua declaração em Mateus 24:34? Lembre-se de que quatro dos discípulos de Jesus tinham se aproximado dele “em particular”. (Mat. 24:3) Visto que Jesus não usou adjetivos negativos ao falar com eles sobre “esta geração”, os apóstolos com certeza devem ter entendido que eles e os outros discípulos fariam parte da “geração” que não passaria ‘até que todas essas coisas tivessem ocorrido’.
15 … Por outro lado, os fiéis irmãos ungidos de Cristo, a atual classe de João, reconhecem esse sinal como se fosse um relâmpago e entendem seu real significado. Como grupo, esses ungidos compõem a atual “geração” de contemporâneos que não passará “até que todas estas coisas ocorram”. Isso indica que alguns dos irmãos ungidos de Cristo ainda estarão vivos na Terra quando a predita grande tribulação começar.
Não se dizia mais que a geração referia-se a descrentes, mas a fiéis ungidos. No entanto, isso não aproximava o Armagedom nem um pouco. Visto que eles diziam que a chamada dos ungidos não havia encerrado, e não sugeriam quando poderia encerrar, então não havia limite para quando “esta geração” passaria.
Interessantemente, Raymond Franz (membro do Corpo Governante que, depois, deixou o privilégio) mostrou que Schroeder havia proposto, em 1970, aplicar a geração apenas aos ungidos.
*** Livro Crise de Consciência, por Raymond Franz, p. 277-278, Primeira Edição Digital em Português – 2008 ***
A liderança tinha feito numerosos ajustes e agora tinha poucas opções restantes. Havia a data de 1957 como a data inicial para “esta geração”, conforme proposto pelos membros Schroeder, Klein e Suiter, mas isso parecia uma escolha improvável. Havia a idéia de Albert Schroeder de aplicar a expressão à classe “ungida” (uma idéia que estivera flutuando em torno da organização por muitos e muitos anos) que oferecia certas vantagens. Há sempre pessoas adicionais (algumas bastante jovens) que a cada ano decidem, pela primeira vez, que fazem parte da classe “ungida”.
Com a doutrina de 2008 da organização, uma “geração” não limitava mais nada; poderia estender-se ao infinito, e aplicava-se a vidas de pessoas que coincidiam, por um tempo, com as vidas de outras. Há muitas razões para questionar esse entendimento:
- O Novo Testamento aplica a palavra geração consistentemente a malfeitores numa conotação negativa, mas a organização, nessa ocasião específica, aplica o termo para fiéis ungidos.
- A afirmação de Jesus, de que a geração “de modo algum” passaria, aplicava-se a um grupo que veria tanto o início de Seu ministério quanto a destruição de Jerusalém. O termo “geração” e a afirmação de que ela “não passará” perdeu todo o sentido com essa doutrina de 2008 das Testemunhas de Jeová.
- Quando Jesus fez essa afirmação, não havia ainda nenhum Ungido, visto que o Espírito Santo só foi derramado depois da sua morte, no Pentecostes de 33 EC. Dessa forma, as Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus aplicou o termo “esta geração” a uma classe que, na época, nem existia ainda.
Esse entendimento resultaria, sem dúvida, em mais alterações. Há muito tempo vinham fazendo a afirmação ilógica de que só existiram 144 mil cristãos verdadeiros de 33 EC a 1935 (apenas 76 por ano), principalmente se considerarmos que havia mais de 50 mil tomando dos emblemas só em 1935. Visto que os termos usados para descrever os 144 mil em Apocalipse 7:1-8 e 14:1-5 são todos figurativos, a organização das Testemunhas de Jeová será forçada a admitir que os 144 mil são um número figurativo.
De modo similar, o conceito de que a Grande Multidão começou a ser ajuntada a partir de 1935 torna-se igualmente irrelevante. A Grande Multidão é descrita especificamente na doutrina da organização como um povo que sobreviverá ao Armagedom. O termo “outras ovelhas” inclui os adoradores que morrerem antes do Armagedom.
*** su cap. 24 p. 185 par. 6 A contagem regressiva está chegando à hora zero! ***
Jeová não permitiu que começasse demasiado cedo o ajuntamento deste grupo. Os da “grande multidão”, inclusive muitos dos primeiros membros dela, sobreviverão para a “nova terra”.
Não demorará muito para que todos os batizados em 1935 morram, o que significa que ninguém batizado em 1935 poderá ser considerado parte da Grande Multidão.
Nova Luz de 2010 – Geração de Ungidos de 1914 coincide com Ungidos atuais
A Sentinela de 15 de Abril de 2010 trouxe uma nova mudança ao ensino sobre a geração, numa tentativa de inspirar urgência novamente. Similar ao ensino antes de 1995, de uma geração com duração finita desde 1914, agora ela tornou-se uma geração “sobreposta” a outra, que pode durar 2 períodos de vida humana. Essa definição é muito conveniente e não tem base bíblica.
A introdução do artigo acima explicou que o Espírito Santo usa o Escravo para prover crescente luz. Isso é irônico, considerando que estão apenas fazendo mudanças cosméticas numa “velha luz” que contradiz a “luz atual”.
*** w10 15/4 p. 10 par. 13, 14 ***
Terceiro, o espírito santo está ativo em trazer à luz verdades bíblicas. (Pro. 4:18) Esta revista há muito tempo é usada pelo “escravo fiel e discreto” como canal principal para difundir a crescente luz. (Mat. 24:45) Por exemplo, considere nosso entendimento sobre quem compõem “esta geração” mencionada por Jesus. (Leia Mateus 24:32-34.) A que geração Jesus se referia? O artigo “O que a presença de Cristo significa para você?” explicou que Jesus não se referia aos perversos, mas sim aos seus discípulos, que logo seriam ungidos com espírito santo. Os seguidores ungidos de Jesus, tanto no primeiro século como nos nossos dias, seriam os que não apenas veriam o sinal mas também discerniriam seu significado — que Jesus ‘estaria próximo às portas’. 14 O que essa explicação significa para nós? Embora não possamos medir a extensão exata de “esta geração”, é bom termos em mente várias coisas a respeito da palavra “geração”. Ela em geral se refere a pessoas de variadas idades cujas vidas coincidem por algum tempo durante um período específico; esse período não tem uma duração excessivamente longa; e tem um fim. (Êxo. 1:6) Como, então, devemos entender as palavras de Jesus a respeito de “esta geração”? Ele evidentemente queria dizer que a vida dos ungidos que estavam presentes quando o sinal começou a tornar-se evidente, em 1914, coincidiria em parte com a vida de outros ungidos que veriam o início da grande tribulação. Essa geração teve um começo, e certamente terá um fim. O cumprimento dos vários aspectos do sinal indica com clareza que a tribulação deve estar próxima. Por manter seu senso de urgência e permanecer vigilante, você mostra que está acompanhando a luz crescente e seguindo a direção do espírito santo. — Mar. 13:37.
*** w10 15/6 p. 5 Unidos no amor — relatório da reunião anual ***
O irmão Barr deixou claro que o recolhimento não continuaria indefinidamente. Ele referiu-se a Mateus 24:34, que diz: “Esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” Ele leu duas vezes o seguinte comentário: “Jesus evidentemente queria dizer que a vida dos ungidos que estavam presentes quando o sinal começou a tornar-se evidente, em 1914, coincidiria em parte com a vida de outros ungidos que veriam o início da grande tribulação.” Não sabemos a extensão exata de “esta geração”, mas ela inclui esses dois grupos cujas vidas coincidem em parte. Embora os ungidos variem em idade, os dois grupos que constituem a geração são contemporâneos durante parte dos últimos dias. Como é consolador saber que os ungidos mais jovens contemporâneos dos ungidos mais velhos que discerniram o sinal quando este se tornou evidente a partir de 1914 não se extinguirão antes de começar a grande tribulação! … “Os filhos do reino” aguardam ansiosamente sua recompensa celestial, mas todos nós temos de nos manter fiéis, brilhando até o fim. É um grande privilégio ver o recolhimento do “trigo” nos nossos dias.
No vídeo abaixo, um membro do Corpo Governante fala sobre a nova luz de 2010 sobre a “geração”, começando aos 08m29s e terminando aos 11m52s.
O vídeo abaixo comecará aos 09m45s e terminará automaticamente aos 13m08s.
O vídeo acima comecará aos 09m45s e terminará automaticamente aos 13m08s.
A imagem no vídeo acima mostra uma geração com 2 grupos: os ungidos de 1914, e os ungidos vivos hoje cujas vidas coincidiram com os ungidos de 1914. Com isso, passam a existir 3 grupos, visto que as Testemunhas de Jeová dizem que o primeiro cumprimento da geração foi no primeiro século. Não houve sobreposição de 2 grupos entre os cristãos do primeiro século, e não há base para uma sobreposição hoje.
O livro de 2014, O Reino de Deus já Governa!, faz uma tentativa de estabelecer um limite de tempo para essa “geração sobreposta”, excluindo dessa geração qualquer um que tenha sido ungido depois da morte do último dos ungidos de 1914. Observando o histórico das Testemunhas de Jeová, de mudarem o ensino da geração toda vez que seus limites de tempo falham, podemos ter certeza de que esse novo limite também vai mudar no futuro:
*** kr cap. 1 pp. 6-12 (veja no jw.org) ***
A geração é composta de dois grupos de ungidos cujas vidas coincidiram. O primeiro grupo é formado pelos ungidos que viram o início do cumprimento do sinal em 1914; o segundo, pelos ungidos que por um tempo foram contemporâneos do primeiro grupo. Pelo menos alguns do segundo grupo estarão vivos e verão o início da iminente tribulação. Os dois grupos constituem uma geração porque suas vidas como cristãos ungidos coincidiram por um tempo.
Nota (veja no site jw.org)
Qualquer pessoa que foi ungida após a morte do último ungido do primeiro grupo — ou seja, após a morte dos que presenciaram o “princípio das dores de aflição” em 1914 — não faz parte ‘desta geração’.
Quantas gerações?
As Testemunhas de Jeová tentam fazer esse conceito de gerações sobrepostas parecer válido por comparar as palavras de Jesus com o exemplo de José, do Velho Testamento. Eles estão exagerando, porque todos concordam que quando eu digo “minha geração”, estou me referindo ao período em que eu vivo. Há alguma sobreposição, visto que alguns da minha geração vão morrer antes de mim, e algumas pessoas vão nascer durante minha vida, mas minha geração não inclui um tempo longo depois que todos que nasceram no mesmo ano que eu já estiverem mortos. Depois de todos os ungidos de 1914 morrerem, a geração não existe mais.
O conceito dessa geração com 2 grupos sobrepostos contradiz completamente o ensino de 1995, visto que volta a pôr um limite de tempo e inclui os ungidos, não os iníquos. É uma tentativa de inspirar a mesma urgência que existia antes da “luz” de 1995, mas sem colocar nenhuma data fim específica, para evitar errar de novo. Incentivam todos a acreditar que o fim vira antes de morrerem os ungidos atuais que conheceram os ungidos de 1914.
Com tantas alterações nessa doutrina, é ridículo afirmarem que essa última alteração é “luz crescente” e “orientação do espírito santo”. Todos os que foram enganados com a “luz” de 1995 deveria se questionar se devem realmente confiar na “luz” de 2010, ou se ela não passa de invenção apaixonada de homens ingênuos.
Quem compõe a geração?
Normalmente, as Testemunhas de Jeová admitem que uma geração é um curto período de tempo. Por exemplo, o livro Estudo Perspicaz das Escrituras explica:
*** it-2 p. 206 Geração ***
O termo geração costuma referir-se a todas as pessoas nascidas mais ou menos no mesmo período. (Êx 1:6; Mt 11:16) Associa-se com isso o sentido de “contemporâneos”.
Em português, é essa a definição, também:
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa http://www.priberam.pt/dlpo/gera%c3%a7%c3%a3o [consultado em 20-08-2016].
ge·ra·ção (latim generatio, -onis) substantivo feminino;
Conjunto dos homens da mesma época; Tempo médio da duração da vida humana.
Antes dessa “luz” de 2010, as Testemunhas de Jeová entendiam que grupos cujas vidas coincidiam pertenciam a gerações separadas:
*** w04 15/1 p. 5 ***
Os israelitas foram bem recebidos no Egito, nos dias de José, filho de Jacó. Algum tempo depois os egípcios os submeteram cruelmente ao trabalho escravo, mas, como Deus havia prometido, ao fim de quatro gerações a contar da época que entraram no Egito, aqueles descendentes de Abraão foram libertados da servidão ao Egito. [Nota do autor do site: em inglês, A Sentinela diz “four overlapping generations” que, traduzido literalmente, seria “quatro gerações sobrepostas”, ou “quatro gerações vivendo ao mesmo tempo”. Clique aqui para confirmar no site oficial das Testemunhas de Jeová, jw.org]*** A Sentinela de 1 de Setembro de 1952, p. 542 (em inglês, tradução minha) ***
Três ou até mesmo quatro gerações podem estar vivendo ao mesmo tempo, com suas vidas coincidindo. (Salmos 78:4; 145:4)
Essa geração sobreposta que dura mais de um século não passa de uma “luz” criada para manipular a interpretação de Mateus 24.
As Testemunhas de Jeová usam paralelos bíblicos com os Hebreus para tentar justificar suas inúmeras interpretações sobre a geração. Mas para entendermos o que Jesus quis dizer com o termo “geração”, deveríamos verificar o significado da palavra grega “genea“, usada pelo autor do Evangelho de Mateus. A Concordância de Strong dá a seguinte definição para genea:
Geração
Palavra original: γενεά [genea]
1) paternidade, nascimento, natividade
2) aquele que foi gerado, homens da mesma linhagem, família
2a) os vários graus de descendentes naturais, os membros sucessivos de uma genealogia
2b) metáf. grupo de pessoas muito semelhantes uns com os outros nos dons, ocupações, caráter
2b1) esp. em um mau sentido, uma nação perversa
3) totalidade das pessoas que vivem numa mesma época
4) época, (i.e. espaço de tempo normalmente ocupado por cada geração sucessiva), espaço de 30 – 33 anos.
No livro de Mateus, as definições 2a e 3 são usadas (membros sucessivos de uma genealogia / totalidade das pessoas que vivem numa mesma época).
(Mateus 1:17) Assim, todas as gerações, desde Abraão até Davi, foram 14 gerações; desde Davi até a deportação para Babilônia, 14 gerações; desde a deportação para Babilônia até o Cristo, 14 gerações.
(Mateus 23:36) Eu garanto a vocês: Todas essas coisas virão sobre esta geração.
O contexto de Mateus 24 mostra que Jesus disse que o grupo de pessoas vivendo por volta de 33 EC estaria vivo em 70 EC. É pouco provável que Jesus tinha um segundo cumprimento, maior, para nosso tempo, e é completamente sem base bíblica a ideia de 2 gerações que se sobrepõem para virar 1 geração.
Conclusão
*** Despertai! de 22 de Maio de 1969, p. 15 (em inglês, tradução minha) ***
Se é jovem, também precisa encarar o fato de que jamais se tornará velho no atual sistema de coisas. Por que não? Porque toda a evidência em cumprimento da profecia bíblica indica que este corrupto sistema de coisas deverá terminar dentro de poucos anos. Sobre a geração que observou o início dos sinais dos “últimos dias” em 1914, Jesus predisse: “Eu lhes garanto que esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam”.
Geralmente, entende-se que uma geração é um grupo de pessoas que vivem juntas ao mesmo tempo, ou durante uns 30 anos – o período médio entre o nascimento dos pais e o nascimento dos seus filhos. Quando Jesus fez tal afirmação sobre a geração, ele quis dizer que o grupo que viu os sinais, veria também a destruição de Jerusalém. O Corpo Governante aplica de forma errada esse texto, criando falsas expectativas em muitas gerações de seguidores das Testemunhas de Jeová.
Os seguidores das Testemunhas de Jeová, por mais de 100 anos, têm sido incentivados a focar suas vidas num hipotético futuro próximo, e desencorajados de ter filhos, casar-se e frequentar universidades.
Essa visão a curto prazo tem sido encorajada através de inúmeras alterações na doutrina sobre a geração, que ocorreram no final dos anos 1800, no início dos anos 1900, década de 1920, década de 1940, 1950, 1960, 1970 e 1980…
Seja lá qual for a definição que adotarmos, a geração de 1914 já passou. Isso significa que, ou o texto sobre a geração não tem um segundo cumprimento, ou a doutrina das Testemunhas de Jeová sobre 1914 está errada, ou eles estão errados em ambos os casos. Visto que o ano 1914 é fundamental para a existência das Testemunhas de Jeová, o futuro das interpretações parece ser muito bom. O Corpo Governante dificultou provar que sua doutrina sobre a geração está errada por remover qualquer limite de tempo para ela. Mas com o ano 1914 ficando cada vez mais distante, devemos nos perguntar: Quando essa doutrina será descartada?